De acordo com o autor, “Inúmeras implicações se juntam quando o artista do verso se dá à azáfama de compor o texto a que denominamos poema: a sua visão particular a respeito do universo e da vida; de que modo ele apreende, compreende e interpreta a imersão do ser humano no oceano do viver; a compreensão de que o cotidiano pode, muitas vezes, dizer muito mais do que o inusitado; o seu domínio sobre o uso do idioma, uma vez que ele é falante-ouvinte da língua que ele aprendeu no berço.”
O conjunto de poemas deste livro comprovam suas assertivas.
Autor: Ruy do Carmo Póvoas
Ruy do Carmo Póvoas (1943) nasceu em Ilhéus. A partir de 1970, fixou residência em Itabuna, onde fundou o Ilê Axé Ijexá, terreiro de candomblé de origem nagô, de nação Ijexá, no qual exerce a função de babalorixá. É licenciado em Letras pela antiga Faculdade de Filosofia de Itabuna e Mestre em Letras Vernáculas (UFRJ). Lecionou Língua Portuguesa durante 50 anos, até quando se aposentou pela UESC. Coordenou, durante 16 anos, o Núcleo de Estudos Afro-Baianos Regionais – Kàwé, da Universidade Estadual de Santa Cruz, do qual é fundador. Também, sob sua coordenação, foram criados o Jornal Tàkàdá, o Caderno Kàwé e a Revista Kàwé. Poeta, contista e ensaísta, Ruy tem publicado: Vocabulário da paixão, A linguagem do candomblé, Itan dos mais-velhos, Itan de boca a ouvido, A fala do santo, VersoREverso, Da porteira para fora, A memória do feminino no candomblé, Mejigã e o contexto da escravidão, A viagem de Orixalá, Novos dizeres e Representações do escondido. Ocupa a cadeira 18 da Academia de Letras de Ilhéus e é membro fundador da Academia de Letras de Itabuna.