Encontro em prosa e verso: Luh Oliveira

Encontros Prosa e Verso com a poeta, escritora e professora Luh Oliveira – LUH

A Editora Via Litterarum – Via entrevista a poeta, escritora e  professora Luh Oliveira, abordando algumas questões com vistas à compreensão acerca do ato de escrever e sobre a criação literária propriamente dita.

SOBRE O ATO DE ESCREVER

VIA – Como e em que momento ou circunstância você se percebeu como LEITOR e que a leitura faria parte de sua vida? 

LUH –  Tornei-me leitora ainda criança devido à obrigação imposta por minha mãe. A partir dessa obrigação, me encantei com os livros e passei a ler por vontade própria. Por ser uma criança tímida, a leitura era o caminho da minha liberdade, só ali conseguia fazer e falar o que não conseguia.

VIA –  Como e em que momento ou circunstância se percebeu como CRIADOR LITERÁRIO ou AUTOR e que escrever faria parte de sua vida?

LUH –  Nunca havia imaginado ser escritora. Sempre gostei de ler e de escrever diário. Me encantei pela poesia na adolescência e passei a escrever também. As histórias infantis vieram com a maternidade. Primeiro publiquei livros de poesia. Um dia tive vontade de publicar poemas infantis e publiquei o primeiro livro. Não consegui mais parar.

VIA – Hoje, em termos de ocupação do tempo dedicado ao trabalho, qual o espaço ocupado pela literatura?

LUH –  Eu sou professora e está profissão toma a maior parte do meu tempo. Gostaria de ter mais tempo para a literatura, e espero poder fazer isso na aposentadoria. Busco encaixar a literatura da maneira que consigo, mas não há uma rotina para isso. Faltam horas no meu dia … Tenho conseguido participar de cursos de escrita feminina e participado de eventos.

VIA –  Alguns autores escrevem como uma necessidade existencial. Se fosse possível resumir a motivação principal do porquê escreve, qual seria?

LUH –  Escrevo porque existo e minha vida está completa…parafraseando Cecília Meireles… não sou alegre nem triste, sou poeta.

VIA –  No período de um dia, qual seria a rotina enquanto escritor?

LUH –  No meu cotidiano a escritora está sempre atenta. A todo movimento escolar, conversas, gestos, atitudes, fatos e notícias. Às vezes uma leitura que faço com meus alunos do Ensino Médio  me inspira a escrever.. anoto um verso e termino quando puder…

VIA –  Como fica a sua relação entre INSPIRAÇÃO e REELABORAÇÃO DO TEXTO ESCRITO na sua criação literária?

LUH –  Só escrevo quando a vozinha  da inspiração cochicha em meus ouvidos. Sussurra leve feito brisa… dificilmente consigo escrever só porque quero.  Já a revisão, consigo fazer depois de um tempo da obra já escrita. Geralmente minhas histórias demoram de ser publicadas pelo tempo que preciso entre a escrita e a revisão.

SOBRE A CRIAÇÃO LITERÁRIA:

VIA –  Seguramente, todo escritor é antes um leitor. Enquanto leitor, qual autor (ou autores) e qual obra (ou obras) considera mais relevante para ser o escritor que é?

LUH –  Minha base está  nas minhas Infâncias: Ana Maria Machado,  Ruth Rocha,  Cecília Meireles, Pedro Bandeira, José Mauro Vasconcelos… Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Carlos Drummond  de Andrade,  Mia Couto.

A personagem da minha infância  foi a Emília. Emília e Visconde sempre foram meus personagens favoritos. Um pela curiosidade e outro pela sabedoria.

VIA – Da primeira publicação até hoje, quantas obras possui?

LUH –  Não irei contar as diversas antologias das quais participei. Publiquei 3 livros de poesia e 10 livros infantis.

VIA – Qual obra considera a principal?

LUH –  Não rotulei nenhuma delas como principal, por se tratar de temáticas diferentes. No entanto vou apontar os mais vendidos que são O Lobo Bolo, Pedrinho Surfista e Feito Cão e Gato.

VIA –  Em qual gênero literário se situaria a parte principal de sua criação literária e que experiências possui em relação aos outros gêneros literários?

LUH –  Tudo começou coma poesia, inclusive a maioria dos livros infantis é escrita em versos. Dialoga com a prosa poética.

VIA –  Quanto escreve ficção, ao iniciar a narrativa está praticamente pronta ou essa tem vida própria, surpreendendo o próprio autor, só se conhecendo o enredo e o fecho no próprio processo de criação?

LUH –  Tem vida própria. Penso apenas no início…

VIA –  Como vê a literatura em tempos de Internet, redes digitais, ChatGPT e outros aplicativos de Inteligência Artificial?

LUH –  Um desafio.

VIA –  Qual o maior problema para a poesia e a ficçao, em uma palavra, para a literatura hoje?

LUH –  Ter Leitores.

VIA –  Em qual (ou quais) projeto literário está se dedicando no momento?

LUH –  Atualmente tenho um Clube de Assinaturas para Escritores, a VixiBahia Literária. Também fui curadora e organizadora da FILIN – Festival Ilheense de Literatura para as Infâncias. Estou sempre nas feirinhas e eventos literários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *