Encontro em prosa e verso: João Mendonça

A Editora Via Litterarum – Via entrevista o poeta e escritor João Mendonça, abordando algumas questões com vistas à compreensão acerca do ato de escrever e sobre a criação literária propriamente dita.

SOBRE O ATO DE ESCREVER

VIA – Como e em que momento ou circunstância você se percebeu como LEITOR e que a leitura faria parte de sua vida?

JM – Eu só me percebi como leitor, após me descobrir como escritor. Antes de começar a escrever compulsivamente, eu praticamente não lia. Depois que me identifiquei como escritor, percebi que precisava ler muito. E leio muito. Compro muitos livros na Estante Virtual, é uma parte do meu orçamento reservado para isso.

VIA – Como e em que momento ou circunstância se percebeu como CRIADOR LITERÁRIO ou AUTOR e que escrever faria parte de sua vida?

JM – Após meu segundo livro, chamado O SOL PARTIDO, ser selecionado em edital da Secretária da Cultura da Bahia.

VIA – Hoje, em termos de ocupação do tempo dedicado ao trabalho, qual o espaço ocupado pela literatura?

JM – Quase 50% do meu tempo

VIA – Alguns autores escrevem como uma necessidade existencial. Se fosse possível resumir a motivação principal do porquê escreve, qual seria?

JM – Simplesmente porque eu gosto. Gosto de ver o texto pronto. Gosto de mostrar para minha mãe, minha primeira leitora. Gosto do barulho dos meus dedos nas teclas. Gosto do monitor. Gosto de escrever.

VIA –  No período de um dia, qual seria a rotina enquanto escritor?

JM – Acordar, caminhar, ler, almoçar, ler, escrever até cansar.

VIA – Como fica a relação entre INSPIRAÇÃO e REELABORAÇÃO DO TEXTO ESCRITO na sua criação literária?

JM – A inspiração acontece com pouca frequência. Às vezes uma experiência que vivi, me comove tanto ao ponto de eu criar uma história em cima do fato vivido. Geralmente é assim: eu vivo, acontece algo na realidade e eu escrevo. Depois de pronto, eu vou fecho o computador e vou fazer outra coisa. É nesse momento de fazer outra coisa que surgem outras ideias para eu enriquecer o texto recém-escrito.

SOBRE A CRIAÇÃO LITERÁRIA

VIA – Seguramente, todo escritor é antes um leitor. Enquanto leitor, qual autor (ou autores) e qual obra (ou obras) considera mais relevante para ser o escritor que é?

JM – Sem duvidas de errar; Gabriel Garcia Marquez. Adoro o jeito que ele esceve, nem parece que um ser humano fez aquilo tudo. Acho perfeito, mas tenho outros grandes autores que gosto muito. Vou falar só de Gabo porque, para mim, ele é disparadamente o melhor.

VIA – Da primeira publicação até hoje, quantas obras possui?

JM – Tenho 5 obras. Duas pela Via Litterarum

VIA – Qual obra considera a principal?

JM – A última: O CANSAÇO DOS OUTROS

VIA – Em qual gênero literário se situaria a parte principal de sua criação literária e que experiências possui em relação aos outros gêneros literários?

JM – Faço contos e crônicas, atualmente me considero um contista, mas pretendo fazer um romance um dia.

VIA – Quando escreve ficção, ao iniciar, a narrativa está praticamente pronta ou essa tem vida própria, surpreendendo o próprio autor, só se conhecendo o enredo e o fecho no próprio processo de criação?

JM – Não há enredo comigo. Já tentei ter um enredo, mas nunca cumpri o que acordei comigo mesmo. Vou criando ao ritmo que vou teclando.

VIA – Como vê a literatura em tempos de Internet, redes digitais, ChatGPT e outros aplicativos de Inteligência Artificial?

JM – Detesto tanta tecnologia. Não precisamos de mais. Precisamos de menos. Há muito coisa. Gosto do silêncio. Gosto de ler, ouvir música, conversar, tomar uma cerveja num boteco. Tudo isso de celular cansa, desgasta. Por mim, parava por aí, mas o caminho é irreversível.

VIA – Qual o maior problema para a poesia e a ficção, em uma palavra, para a literatura hoje?

JM – Não sei responder essa pergunta. Não vejo problema algum

VIA – Em qual(ou quais) projeto(s) literário(s) está se dedicando no momento?

JM – Estou escrevendo meu segundo livro de contos.

 

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