A concepção de língua, de seu uso e do seu ensino tem sofrido grandes mudanças, especialmente a partir dos anos 70, com o avanço dos estudos lingüísticos. Essas mudanças já foram encampadas pelo Ministério da Educação, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Português (PCN), para o ensino fundamental e médio, e já vêm servindo de base para os exames vestibulares da grande maioria das universidades e dos concursos públicos mais importantes.
Tais mudanças, porém, ainda não alcançaram grande parte dos professores, alunos e pais. Por isso, a concepção tradicional de língua, baseada no ensino de nomenclatura da gramática normativa, ainda desfruta de grande prestígio junto à opinião pública e, conseqüentemente, junto à mídia.
A proposta, então, é tratar os usos do Português culto formal, especialmente em sua modalidade escrita, a partir da perspectiva dos PCN. Espero, assim, estar prestando um serviço aos leitores e à nossa língua, “última flor do Lácio”.
Autor: Odilon Pinto
Odilon Pinto de Mesquita Filho nasceu em Teresina, Piauí, no dia 15 de julho de 1948, onde cursou o ginásio e o ensino médio em colégio jesuíta. Em 1966, engaja-se no movimento estudantil contra a ditadura militar entrando, logo a seguir, na militância clandestina, ligado à organização Ação Popular. Participa das lutas camponesas no Maranhão e milita entre os trabalhadores rurais de Camacã, no sul da Bahia. Preso em Ibicaraí, é torturado e condenado a três anos de reclusão, cumpridos na Penitenciária Lemos de Brito, em Salvador. Trabalha como professor, jornalista, radialista e bibliotecário, enquanto faz o curso de graduação em Letras pela UESC. Aprovado em concurso público da Ceplac, apresenta o programa radiofônico “De Fazenda em Fazenda”, na Rádio Jornal de Itabuna, durante 13 anos. Aprovado em concurso para professor da UESC, faz Mestrado e Doutorado em Lingüística, pela Universidade Federal da Bahia.