Aos 82 anos, o escritor e poeta Cyro de Mattos, premiado internacionalmente, lança sua obra poética completa, com 800 páginas, em versões impressa e digital, e selo editorial da Fundação Casa de Jorge Amado, reforçando o legado de 56 livros editados no Brasil,
e 14 no exterior, em vários idiomas, comemorando 60 anos dedicados à literatura
“O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal”
Ele nasceu em 1939, lançou 56 livros editados no Brasil, de diversos gêneros, que lhe renderam muitos prêmios, e 14 no exterior, em países como Itália, França, Espanha, Alemanha, Dinamarca, Portugal e Estados Unidos. Criou um legado a partir de 60 anos de atividades literárias, rompeu os limites físicos e regionais da cidade de Itabuna e agora, na maturidade dos seus 82 anos, se prepara para laçar sua obra poética completa, em 800 páginas, para que seus leitores possam conhecer a totalidade de sua arte no verso, na primeira live de sua vida.
Isso mesmo, dia 08/04, às 19h, ele fará a apresentação de uma publicação inédita, ancorado no canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado (youtube.com/casadejorgeamado). O autor? O surpreendente e incansável Cyro de Mattos, que está encarando este novo momento virtual e da pandemia com a mesma determinação e ousadia que o fizeram escritor e poeta e deram à sua trajetória um alcance internacional.
São seis décadas da sua vida dedicadas à literatura. Ele começou com uma escrita experimental, como prosador de ficção. O primeiro conto, em 1960, foi publicado em um suplemento literário do Jornal Bahia, que tinha como editor o amigo e também escritor João Ubaldo Ribeiro. Mas Cyro de Mattos considera sua estreia literária a partir do terceiro livro, em 1979, “Os Brabos”, que ganhou o Prêmio Nacional de Ficção Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, e o projetou para o mundo.
De lá pra cá, o escritor vem contando suas histórias em muitos versos, dando aos seus leitores muitas oportunidades de conhecer suas produções ao longo do tempo. Parte dele dedicado a livros infantis, mas também dialogando com o público adulto, sensibilizando-o para a poesia.
Sua necessidade vital de escrever o fez não apenas poeta, mas contista, novelista, romancista, cronista e ensaísta, além de jornalista e advogado. “Mas foi a literatura que me escolheu e me trouxe muitas conquistas pelas mãos do tempo. Ela funciona como catarse, um alívio da alma, capaz de ofertar mel e afeto, ternura e esperança no lugar do sofrimento, dor e solidão”, declara o Membro da Cadeira 22 da Academia de Letras da Bahia e das Academias de Letras de Ilhéus e Itabuna.
Cyro diz que é um poeta lírico e, por isso, canta até hoje
“O poeta é um cantor de alma e eu sou um poeta lírico, um cantor que liberta a alma quando faz um poema, por isso eu canto até hoje”. Assim se define o escritor itabunense Cyro de Mattos, que também cita a frase para explicar o título de seu mais novo livro: “Canto ate hoje”. Ele diz que “cantou em versos o seu estar no mundo, visto sob as vestes da vida e da morte relacionadas com os seres e as coisas, a natureza, o tempo, o amor, a infância e a beleza, devolvendo ao homem o que é próprio do homem, a razão e o coração”.
O autor dessa obra poética completa, que reúne todos seus livros publicados no Brasil e no exterior, traz artigos assinados por outros escritores e críticos consagrados, como Jorge Amado, Eduardo Portela, Nelly Novaes Coelho, Assis Brasil, Muniz Sodré, Heloísa Prazeres, Alfredo Perez Alencard, Graça Capinha e Maria Irene Ramalho, além de poemas inéditos. Uma vida literária, impressa pela Egba com o selo editorial da Fundação Casa de Jorge Amado, com distribuição gratuita para bibliotecas públicas via Fundação Pedro Calmon e também disponível para download em uma versão digital.
“Canto até hoje” destina-se ao leitor adulto de aguçado senso crítico ou com interesse literário para fruir poemas de lastro clássico ou moderno, de versos livres, metrificados ou rimados, capaz de compreender as motivações ao nível da fala e da prosa poética, onde o discurso move-se por unidades musicais do ritmo que o autor quer transmitir em suas mensagens.
“Neste momento da minha caminhada, com 82 anos, um legado de 56 livros publicados no Brasil e 14 no exterior, e além de organizar 10 antologias de outros autores, é muito natural querer reunir minha obra poética completa em uma única publicação. Assim, posso dar aos leitores a oportunidade de conhecer minha poesia em sua totalidade, inclusive inédita. Um sonho que o Prêmio Jorge Portugal das Artes me permitiu realizar, por meio da Lei Aldir Blanc Bahia”.
Homenagem e capa de Juarez Paraiso
As relações afetivas sempre permeiam o trabalho e a vida do poeta e escritor Cyro de Mattos. Seja como prosador ficcionista ou autor de poemas. O último, dedicado ao artista plástico Juarez Paraiso, colega imortal da Academia de Letras da Bahia, está na contracapa de “Canto até hoje”.
A homenagem a Juarez Paraiso, um dos nomes mais importantes da cultura baiana contemporânea, tem um motivo especial. Foi a ele que Cyro de Mattos encomendou a capa do livro, que leva o mesmo nome da poesia e que inspirou o artista inovador a unir os versos do amigo à sua criação.
Cyro de Mattos conheceu Juarez quando publicou os primeiros contos na Revista da Bahia, da Secretaria de Cultura do Estado, dirigida por ele, já um ícone das artes plásticas. “Nos reencontramos na Academia, onde somos confrades, e o seu cordial companheirismo me deu abertura para lhe convidar para ilustrar um dos meus livros e, agora, para fazer a capa de ‘Canto até hoje’, a quem dediquei a poesia de mesmo nome. Juarez é um mago, fez um trabalho belíssimo, me deu de presente uma capa magnífica, que dá força ao livro e expressa com primor o poema dedicado a ele”, agradece o autor.
O artista também relembra que Cyro de Mattos era um dos escritores preferidos da Revista, hoje reconhecido pela crítica nacional e internacional, e que se aproximaram pela forte empatia. “Cyro é um ser humano muito equilibrado, um poeta admirável. Sempre tivemos uma relação de afinidade com a poesia e a arte”, afirma Juarez Paraiso, enobrecido pela homenagem do poema referencial do livro.
“A inspiração para o layout da capa veio do próprio pássaro dos versos. Da presença do autor e da relação dos olhos que se cruzam de uma forma lírica, focando nos seus olhos, numa triangulação com o olhar do pássaro e do encontro entre os dois, numa linha imaginária a partir do bico do pássaro olhando Cyro, um olhar que busca o infinito e vai até o leitor”, desvenda o artista, que escolheu usar tons aveludados, apastelados, nas cores primárias, azul, amarelo e vermelho, de forma suave.
“Um equilíbrio inevitável, como Cyro, alegre e sóbrio. Gostei muito da poesia e tentei expressá-la numa visualização plástica buscando impactar e proporcionar ao leitor uma interação com a parte poética da obra por meio dessa ligação exponencial e espectral, de expor os sentimentos e as emoções das palavras em um momento de alta espiritualidade do ser e do ler invisível. Menos da vida física e mais da relação de emoção com o outro”, observa.
A live de lançamento vai marcar sua estreia nas plataformas digitais
Este notável escritor não para no tempo. Cyro de Mattos tem atravessado séculos mantendo a mente aberta para o tempo e se beneficiando dele. Como agora, revertendo as agruras do necessário isolamento social para aproveitar a disseminação das tecnologias digitais e ampliar a sua voz e a visibilidade de seu legado para novos públicos e para os leitores que já se acostumaram a consumir cultura online.
Para sua primeira live, estreia no mundo virtual, o escritor escolheu a jornalista, diretora de TV e produtora cultural Mira Silva para ser mediadora de um bate-papo com ele e convidados. A escritora e psicóloga Lilia Gramacho, para falar sobre sua poesia infantojuvenil, representada no livro “O Menino Camelô”, Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes, em 2001, também publicado na Itália; o romancista e poeta Aramis Ribeiro Costa, que o recebeu ao ser empossado na Academia de Letras da Bahia; o jornalista Oscar D’Ambrosio, Doutor em Arte e História da Cultura, que conhece muito bem a poesia de Cyro de Mattos e é autor do prefácio de “Canto até hoje”; o poeta e ensaísta Cid Seixas, editor digital e Doutor em Letras, que acompanha o trabalho de ficcionista e as poesias de Cyro de Mattos na mesma geração; e Ângela Fraga, presidente da Fundação Casa de Jorge Amado, selo pelo qual o autor já publicou algumas obras, incluindo a atual.
A dinmica vai durar 1h30, no canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado (youtube.com/casadejorgeamado), parceiro institucional da publicação, com uma conversa sobre literatura, a obra de Cyro de Mattos, o livro “Canto até hoje”, futuros livros e impressões dos convidados, com espaço interativo para perguntas do público.
“Adoro receber cartas dos leitores de todas as idades, estudantes e adultos. Sempre é uma emoção muito grande, é o milagre da literatura, pois o verdadeiro prêmio do escritor é ser lido, assim como o do artista é receber o aplauso”, declara Cyro de Mattos.
Segundo ele, mesmo vindo de outra geração, da linguagem impressa, sabe do valor dos novos mecanismos da internet. “É muito importante para o modo de vida contínuo. O ser humano chegou a essa forma de aldeia global, da linguagem virtual, de um mundo mais presente e para o futuro, diferente do que aprendi. Essa será a minha primeira experiência virtual e acredito que terei como vantagem ser mais divulgado e, consequentemente, mais condições de ser lido também pela versão digital que o público poderá fazer download, dando um maior alcance para a minha obra”, considera o autor.
Sobre o autor
Possui prêmios literários no Brasil e exterior, com destaque para o Prêmio Nacional de Ficção Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, com o livro “Os Brabos”; Prêmio Jabuti (menção honrosa) para o livro “Os Recuados”; Prêmio da APCA para o livro infantil “O Menino Camelô; Prêmio Nacional de Poesia Ribeiro Couto, com o livro “Cancioneiro do Cacau”; Prêmio Nacional de Ficção Pen Clube do Brasil para o romance “Os Ventos Gemedores”; e Prêmio Nacional Cidade de Manaus, para o livro “Histórias de Encanto e Espanto”, nove vezes primeiro lugar nos concursos literários da União Brasileira de Escritores (RJ).
Obteve o segundo lugar para obra publicada no Concurso Internacional de Literatura Maestrale Marengo d’Oro, Gênova, Itália, com o livro “Cancioneiro do Cacau”, e segundo lugar para obra inédita com o livro “Poemas escolhidos/Poesie scelte”. Foi ainda um dos quatro finalistas do Prêmio Internacional de Literatura da Revista Plural, no México, com a noveleta “Coronel, Cacaueiro e Travessia”. Em 2020, recebeu o Prêmio Conjunto de Obra da Academia de Letras da Bahia e Eletrogóes. É também membro do Pen Clube do Brasil e primeiro Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz (Bahia), além de ser premiado com a Medalha Zumbi dos Palmares, pela Câmara Municipal de Salvador (2020).
Cyro de Mattos verbete no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; Dicionário Literário Brasileiro, de Raimundo de Menezes; Enciclopédia de Literatura Brasileira, de Afrânio Coutinho; Literatura e Linguagem, de Nelly Novaes Coelho; Navegação de Cabotagem, de Jorge Amado; “Bibliografia Crítica do Conto Brasileiro”, de Celuta Moreira Gomes e Theresa da Silva Aguiar, e “Enciclopédia Barsa”.
Algumas Opiniões sobre a Poesia de Cyro de Mattos
“No Lado Azul da Canção é um livro belo e denso, do mar e dos bichos, dos animais que fazem parte da nossa vida. Poderoso canto do mar e do amor, o amor do homem e da mulher em todos os detalhes do oceano imenso”. Jorge Amado, romancista, da Academia Brasileira de Letras.
“O poema Rio Morto é uma bela e nostálgica visão do que os homens estão fazendo hoje com o mundo em que lhes cumpre viver. É belo e doloroso… que os homens se sintam tocados por ele!” Nelly Novaes Coelho, escritora, doutora em Letras, da USP.
“Em Viagrária e A Casa Verde esplende o timbre nativo da origem e da raiz; e da memória tornada linguagem”. Ledo Ivo, ficcionista, ensaísta e poeta, da Academia Brasileira de Letras.
“A sua poesia é uma poesia cheia de referências que identificam os signos da vida e do homem. A sua poesia é uma busca interminável dos caminhos da infância perdida, dos caminhos que passam pela anca dos rios e pelas várzeas onde burros encantados vão deixando marcas do menino pelas estradas do reino”. Francisco Carvalho, poeta.
“Cancioneiro do Cacau è poesia dagli ampi orizzonti storici ed esistenziali, articolata in lucidi spazi lirici, che evocano misteri ed epopee brasiliane di grande suggestione (anche nella traduzione di Mirella Abriani). Graziella Corsinovi, Presidente della Giuria Premio Letterario Internazionale Maestrale Marengo D’Oro, della Università di Genova.
“Li e reli sua obra, com encanto dos sentidos e admiração por seu talento mágico”. (Ich habe Ihr Werk gelesen und wiedergelesen mit dem Entzücken der Sinne und der Bewunderung für Ihr magisches Talënto). Curt Meyer-Clason, autor e tradutor de Zwanzig Gedichte von Rio und andere Gedichte, antologia, Projekte Editora, Halle, Alemanha, 2009.
“É desta janela pessoana que escolho ler aqui o sensualíssimo lirismo de Cyro de Mattos, que em poemas da mais cristalina corrente-do-existir dá a beber a precária realidade-de-ser”. Maria Irene Ramalho, Professora Doutora em Literatura Norte-Americana, da Universidade de Coimbra, Portugal, in Poemas Escolhidos/ Poesie scelte, Segundo Prêmio Internacional de Literatura Maestrale Marengo d’Oro, Gênova, Itália, para obra estrangeira inédita (2006), Editora Escrituras, São Paulo, 2007.
“… mas é a problemática humana, em sua visão global, o que assoberba o poeta, e é preciso ler este seu livro devagar, sorvendo aos poucos a beleza de sua linguagem. A atitude do poeta é simples e profunda diante da vida, não só neste cancioneiro, mas em toda a sua obra poética.” Assis Brasil, ensaísta e ficcionista.
“Tive o prazer de ler o seu livro Poemas Iberoamericanos, encontrando nele, entre líricas memórias, encantatórias leituras e releituras, um texto que se insere perfeitamente nas atualidades nacionais: o poema “Pátria Amada”, que parece reescrever, ao mesmo tempo, o de Gonçalves Dias que lhe serve de mote, e o “Pátria Minha”, de Vinícius de Moraes. Bela sacada.” Antonio Torres, romancista, da Academia Brasileira de Letras.
“Para além dos localismos mais ou menos exóticos, o lugar da poesia é qualquer lugar onde o poeta circunstancialmente esteja, disposto a permitir que a “cor local” se transforme em paleta multicolorida – como o faz, com maestria, o poeta de Itabuna.” Carlos Felipe Moisés, poeta e crítico, Doutor em Letras, da USP.
SERVIÇO
O quê: Lançamento livro “Canto até hoje”
Obra poética completa: Comemoração dos 60 anos de atividades literárias
Autor: Cyro de Mattos
Onde: Canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado (youtube.com/casadejorgeamado)
Quando: Dia 08/04, às 19h
Live: 1h30, com mediação da jornalista, diretora de TV e produtora cultural Mira Silva e participação especial da escritora e psicóloga Lilia Gramacho, do romancista e poeta Aramis Ribeiro Costa, do jornalista Oscar D’Ambrosio, do poeta e ensaísta Cid Seixas e da presidente da Fundação Casa de Jorge Amado, e Ângela Fraga.
Acesso: gratuito
Fontes oficiais para entrevistas: Cyro de Mattos, mediadora e participantes da live
Fanpage INSTA: @cantoatehoje
Fanpage FB: Canto até hoje
Site: http://cyrodemattos.blogs pot.com
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