VIA LITTERARUM: Encontros Prosa e Verso com a escritora, professora, pedagoga e psicopedagoga Mônica Ralile – MR
A Editora Via Litteratum – Via entrevista a escritora, professora, pedagoga e psicopedagoga Mônica Ralile, abordando algumas questões com vistas à compreensão acerca do ato de escrever e sobre a criação literária propriamente dita.
SOBRE O ATO DE ESCREVER
Via: Como e em que momento ou circunstância se percebeu como LEITOR e que a leitura faria parte de sua vida?
MR: A leitura sempre fez parte da minha vida. Desde pequena, me encantava com a leitura, com histórias contadas e mais tarde, com histórias lidas por mim. Me deliciava com as maravilhas que a leitura me proporcionava.
Via: Como e em que momento ou circunstância se percebeu como CRIADOR LITERÁRIO ou AUTOR e que escrever faria parte da sua vida?
MR: Sempre me expressei melhor escrevendo. Mas a criação literária voltada para o público infantil, surgiu num momento delicado e especial da minha vida, na minha maturidade materna. Nesse momento, comecei a recordar as histórias que eu contava para as minhas filhas, os livros comprados e presenteados e todos os incentivos à leitura que eu fazia com diversão, alegria e muito amor. Nessas recordações, veio o sentimento de escrever sobre elas. Então, as histórias foram surgindo.
Via: Hoje, em termos de ocupação do tempo dedicado ao trabalho, qual o espaço ocupado pela literatura?
MR: Não existe um tempo determinado. Quando não estou trabalhando, o momento nasce em mim, junto com as inspirações que vão surgindo também. Costumo sentir, então pego um papel e uma caneta e escrevo. Tudo vai fluindo…
Via: Alguns autores escrevem como uma necessidade existencial. Se fosse possível resumir as motivações principais do porquê escreve, qual seria?
MR: Necessidade existencial mesmo. Algo intenso, como se eu quisesse fazer conexões do meu mundo interior com o mundo exterior.
Via: No período de um dia, qual seria a rotina enquanto escritor?
MR: Sempre no momento em que acalmo minha alma, meu coração e meus anseios.
Via: Como fica a relação entre INSPIRAÇÃO e REELABORAÇÃO DO TEXTO ESCRITO na sua criação literária?
MR: Inspiração é o momento sublime que eu escrevo, colocando no papel pensamentos, ideias e sentimentos. A reelaboração ocorre quando eu passo a organizar melhor toda a produção criadora de forma mais técnica.
SOBRE A CRIAÇÃO LITERÁRIA
Via: Seguramente, todo escritor é antes um leitor. Enquanto leitor, qual autor (ou autores) e qual obra (ou obras) considera mais relevante para ser o escritor é?
MR: Cecília Meireles em “Ou isto ou aquilo” e “Criança meu amor…”. Clarisse Lispector em “A hora da estrela” , “Laços de família” e “Perto do coração selvagem”. Ziraldo e a sua obra “O Menino Maluquinho”, Eva Furnari em “O circo da lua” e Monteiro Lobato em “O Sítio do Picapau amarelo”.
Via: Da primeira publicação até hoje, quantas obras possui?
MR: Cinco obras.
Via: Qual obra considera principal?
MR: Todas são relevantes, cada uma com a sua peculiaridade e mensagem especial.
Via: Em qual gênero literário se situaria a parte principal de sua criação literária e que experiências possui em relação aos outros gêneros literários?
MR: Literatura infantil (narrativas). Estou me dedicando atualmente a poesias para crianças.
Via: Quando escreve ficção, ao iniciar a narrativa, está praticamente pronta ou essa tem vida própria, surpreendendo o próprio autor, só se conhecendo o enredo e o fecho no próprio processo de criação?
MR: Quando escrevo, só conheço o enredo e o fecho no próprio processo de criação. A inspiração vai fluindo e me levando até o final.
Via: Como vê a literatura em tempos de internet, redes digitais, ChatGPT e outros aplicativos de inteligência artificial?
MR: A internet quando bem utilizada pode ser uma importante aliada ao estímulo à leitura. Quanto ao ChatGPT e outros aplicativos de inteligência artificial por serem novas descobertas, a princípio, há um certo temor nas produções de livros e outros textos, por não serem produções e criações do ser humano.
Via: Qual o maior problema para a poesia e a ficção, em uma palavra, para a literatura hoje?
MR: A ausência de leitores.
Via: Em qual (ou quais) projeto(s) literário(s) está se dedicando no momento?
MR: Meu livro de poesias para crianças.