Os breves relatos de qualquer coisa, qualquer — um Cláudio Zumaêta de muito boa safra — se oferecem, sem traumas, a múltiplas leituras. E, adiante-se logo, se isto é defeito, é defeito que muito me agrada. E me amparo num certo Proust, para quem o leitor, na verdade, não lê o autor, lê a si mesmo, no autor: “A obra não passa de uma espécie de instrumento óptico oferecido ao leitor a fim de lhe ser possível discernir o que, sem ela, não teria certamente visto em si mesmo.” Pequenos, reduzidos, amesquinhados, paranoicos, algumas vezes nobres e, não raro, desesperançados, estamos todos nestes relatos. Não é sem culpa do autor que o livro se abre com uma epígrafe de Ricardo Reis/Fernando Pessoa, de “Uns, com os olhos postos no passado”.
Autor: Cláudio Zumaêta
Natural de Canavieiras, Bahia, graduado em Administração de Empresas pela Universidade Católica de Salvador (UCSAL – BA) e pós-graduado em Administração Pública com Ênfase em Administração Municipal. É também graduado em História pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC – BA) e pós-graduado em História do Brasil pela mesma Instituição de Ensino Superior. É ainda professor de História em vários Colégios do eixo Itabuna/Ilhéus e articulista dos Jornais AGORA (Itabuna – BA), DIÁRIO DE ILHÉUS (Ilhéus – BA), DIÁRIO BAHIA (Itabuna – BA), além do site MERCADO DO CACAU. Esteve à frente da Loja Maçônica Mahachoan (Camacan – BA) entre 1997 e 1999. Participou do Projeto Cultural/Musical Bahia Singular e Plural (2000). Publicou “Cacauicultura: a Ceplac e a vassoura de bruxa em Camacan”, pela EDITUS (UESC, 2007), teve poemas publicados na “antologia Poética: Cânticos a Itabuna centenária” (2010), pela Via Litterarum, além do livro de contos “Pedra por Pedra” (2012) publicado pela Mondrongo. É membro da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL).