Engenharia com poesia, ou poesia com engenharia, você escolhe. A vida é surpreendente e veloz. Não adianta fazer pouco e ficar esperando por muito. Não fique inerte. Importa mais a caminhada do que os mesmos caminhos, as novas descobertas do que os velhos preconceitos. Nada é definitivo.
Pablo Zumaêta, o engenheiro-poeta, o poeta-engenheiro, ou observador do dia a dia, em seu livro de estreia, “O {Não} Saber”, desafi ou a si mesmo, propondo o seguinte: deslocar-se da costumeira visão estereotipada do engenheiro linear e pragmático, para deixar fluir, livre (mente), suas impressões e sensibilidades diante do mundo. Mas Pablo foi além: poetizou o cotidiano e o Tempo.
“O {Não} Saber” de Pablo, traz consigo boas razões e sentimentos para lê-lo.Vejamos: “… à minha frente há uma imensidão de azul, verde, branco e cinza / Que me deixa intrigado…Será que essas cores estão me vendo?” (“Paisagem”). Esse pequeno fragmento poético desvenda uma grande vontade do autor: fazer a vida ser também um espaço de construção e interlocução de trocas e diversidades. Pablo Zumaêta nos diz, deste modo, que por ser ele engenheiro, não necessariamente tem que ser apenas engenheiro. E isso é muito.
O que importa em “O {Não} Saber” é a simplicidade, a vida e suas inter-relações humanizadas. De que maneira isso acontece? O próprio autor é quem nos responde, mais uma vez: “… Ah, o Verão daquele tempo, tinha o gosto indiscutível de pitanga.” (“Pitangueira”); “Melhor que estar é ser. Por isso ser criança é melhor que estar criança. É um estado de espírito, de brilho.” (“Infante”). Percebeu? Que bom! Então, leia-o mais!
Nesse seu primeiro voo poético, Pablo expõe francamente suas ideias, ao tempo em que reconhece, desde logo, que aquilo que “sabe” pode ser um “não saber”, e ele se diverte com isso. Você também se divertirá e se emocionará. O poeta Mario Quintana lembrou-nos com maestria: “Haverá, ainda, no mundo, coisas tão simples e tão puras como a água bebida na concha das mãos?” É dessa matéria sutil, imaterial, que acontece a escrita de Pablo Zumaêta: leve, simples e divertida.
Há inúmeras outras descobertas a serem feitas em “O {Não} Saber”, leia-o, e descubra as suas.
Autor: Pablo Zumaêta
Pablo Zumaêta, nascido em Canavieiras, no Sul da Bahia, em 1968, “o ano que não terminou” – ainda muito criança mudou-se para a capital, o que lhe trouxe novas oportunidades, amigos, família… sem nunca afastá-lo de suas raízes. Formado em Engenharia Civil pela UFBA, onde também fez a sua pós-graduação, essa profissão apaixonante e transformadora, onde sempre manteve seu olhar humanista. Arrisca-se agora pelos caminhos poéticos, influenciado pela leitura e a interpretação das coisas e dos seus porquês… e atento ao prazer de transformação do pensamento. Afinal, como disse o poeta Ferreira Gullar: “A arte existe, porque a vida não basta.”