Qual o labor de quem faz poesia?
Talvez seja óbvia a resposta isto o que o poeta vive das palavras que nos ensinam a compreender o ser humano e o mundo com olhares diversos. Então seria óbvio compreender como toda formiga incansável trabalha em função do seu ninho que lapidar as palavras seria o labor principal do poeta?
Essas inquietações surgiram ao juntar em uma produção, trabalhadoras e trabalhadores agentes comunitários de saúde, professores, técnicos de instalação de internet, rapper, contador, design e operadora de telemarketing. Operárias e operários tal qualumas formigas incansáveis não fazem das palavras um sustento mas tem como alentono dia a dia. Assim há poetas que entre suas diversas funções fazem da poesia sua segurança emocional, outros cuidam as palavras com os cuidados dispensados aos alimentos.
Por onde passam esses poetas deixam os rastros como um caminho a ser seguido por todos os que abrem corações e ouvidos. Mesmo assima poesia ora acalenta também ferroa quando e provoca incômodo em sujeitos insensíveis e assim entre as palavras doces ou de escárnio o poeta constrói em seu casulo uma estrutura ideológica que encanta, desperta, educa ou incomoda, mas, toca a todos de uma medida particular.
E assim juntamos nesta inédita coletânea dez operárias e operários ávidos em expressar seus sentimentos que certamente tocarão você keitor, cada um de sua maneira e ao mergulhar nas laituras sintam-se atraídos, assim como as formiga aos sons, aos cheiros, aos sabores do LABOR DE POETAS.
Autor: Egnaldo França
Mestre em Educação e Relações Étnico-Raciais - UFSB; Licenciado em História e Especialista em Gestão Cultural pela UESC; Coreógrafo; Músico/Percurssionista; professor de percussão; Ator/Diretor Teatral; Agente Comunitário de Saúde; participante dos movimentos sociais e atuante na frete antirracista, desenvolve poesias que dialogam com esta prática.