Jorge Amado não foi apenas um grande escritor da Bahia, mas um cidadão do mundo, com obras traduzidas e publicadas em vários países, mais precisamente em 49 idiomas. Sua abrangência e sua participação em diversas frentes de atuação no Brasil e no exterior permitem-nos citá-lo como um escritor brasileiro de alcance universal.
A criação de um curso permanente de estudos sobre Jorge Amado com a chancela da Academia de Letras da Bahia, em 2011, veio oficializar uma parceria estabelecida desde a criação da Fundação Casa de Jorge Amado, instituição que tem como intuito primordial preservar, estudar e divulgar a obra do escritor, e, por extensão, a cultura e a literatura da Bahia. Como parte integrante de seus estatutos constam ainda a luta contra a discriminação racial e o reconhecimento da importância do Centro Histórico de Salvador como patrimônio cultural da humanidade. Como se vê, é um projeto ambicioso que temos procurado cumprir segundo o desejo de nosso patrono.
A Academia de Letras da Bahia, à qual temos igualmente a honra de pertencer desde 1984, tornou-se uma parceira natural de propostas e ações no campo da cultura. Temos contado também com a parceria operosa do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural, da UEFS, além da contribuição sempre presente do Instituto de Letras da UFBA. Estas parcerias têm sido fecundas e indispensáveis para que o nosso projeto de propiciar estudos e pesquisas sobre a obra do autor pudesse ser desenvolvido, nos últimos 25 anos, alcançando o pleno êxito.
Nas próximas edições, este curso não se restringirá apenas, o que já seria muito, aos estudos amadianos, mas, igualmente, à promoção da literatura brasileira de uma maneira geral. Como parte deste objetivo, a divulgação dos trabalhos em livro torna-se também um grande incentivo aos estudiosos e pesquisadores. Assim, neste volume, publicamos uma seleção dos trabalhos apresentados durante o Curso Jorge Amado 2011 – I Colóquio de Literatura Brasileira. São conferências e comunicações que abordam diversos temas e aspectos da ficção amadiana, o que comprova o alto grau de interesse e diversificação dos estudos acadêmicos sobre o autor. Isto reafirma sua permanência e atualidade, ao tempo em que acrescenta novos e importantes subsídios para a construção de uma memória bibliográfica cada vez mais significativa e abrangente em torno de sua obra.
Autor: Aleilton Fonseca
Aleilton Fonseca nasceu em Firmino Alves (1959), cresceu em Ilhéus e reside em Salvador. Cursou Letras (UFBA), mestrado (UFPB) e doutorado na USP (1997). Atuou na UESB e é Professor Pleno de Literatura da UEFS. Em 2003 lecionou na Université d’Artois (França). É coeditor das revistas Iararana (Literatura) e Légua e Meia (Artigos). Publicou vários livros. Poesia: Movimento de sondagem (1981), O espelho da consciência (1984), Teoria particular do poema (1994). As formas do barro (2006). Contos: Jaú dos Bois (1997), O desterro dos mortos (2001), O canto de Alvorada (2003) e Les marques du feu (2008, França). Ensaio: Guimarães Rosa, écrivain brésilien (2008, Bélgica). Romances: Nhô Guimarães (2006) e O Pêndulo de Euclides (2009). Pertence à UBE-SP, ao PEN Clube do Brasil e à Academia de Letras da Bahia.