A autora toca em temas que nos são caros. Assuntos diversos, por vezes polêmicos, que perpassam a existência humana, são abordados de uma forma leve e direta, sem arestas ou rodeios, sem tabus, da forma como deveria ser, mas não são, numa sociedade que aponta, julga e condena. Elane trata, com elegância e generosidade, de questões que a coletividade carrega de pré-conceitos. Questiona o modelo patriarcal instituído que historicamente alocou a mulher numa posição de subserviência à figura do macho dominador. Mostra que, ao contrário, “mulher é muito mais do que ter um sexo”, que “mulher é a vida, toda mulher é mulher da VIDA” (puta!), e “traz em si a vida”, como lindamente cantou Simone, e no seu útero, “espaço de amor”, nos fala Elane ao encantar e inspirar com o seu maternar profundo, livre e leve.
Uma leitura que acolhe e sacoleja. Como uma mãe que abraça, como uma ventania que quer lhe tirar do chão e, para não cair, é preciso fi ncar os pés, “enraizar”. É também um convite ao autocuidado e ao resgate da criança interior. Reflete sobre a felicidade, aquela que habita nos corações juvenis. Elane inevitavelmente nos sacode e faz pensar como anda nossa criança interior. Sobre a busca pela felicidade conclui: é preciso vivê-la, “minuto a minuto”. Como nos encoraja Maya Angelou “é na própria busca que se encontra o êxtase”.
Autora: Elane Nardotto

Mulher, Mãe de Anita e Tarsila, professora, feminista fortalecida pelo sagrado feminino, terapeuta reikiana, Doutora em Educação, Professora do IFBA, Escritora.