O presente romance, Escolhas, sétimo título, continua essa caminhada pelo mundo das letras. Essas lapidadas após vivências e experiências que uma vida bastante longeva oportunizou. A frase de Pablo Neruda “Você é livre para fazer escolhas, mas é prisioneiro das consequências”, abre o romance. Efetivamente, não há escolha verdadeira sem um preço a pagar. E, complementando, toda escolha, no singular, implica renúncias, no plural. Escolhas genuínas equivalem a pontos de inflexão, caminhos sem volta, e mesmo quando “voltas” são ensaiadas, o contexto já é outro, tornando essa “volta” uma retomada em outras condições e circunstâncias. Escolhas são prenhes de significados, para o bem e para o mal, para a felicidade e para a tragédia.
O romance centra-se na personagem Luna, que assume dois perfis e percorre dois enredos, Brasil e Itália, que poderão ser lidos num continuum, ou, como faz a autora, como duas histórias em paralelo, seguindo uma cronologia, iniciando em 2005, chegando até esses anos da pandemia, que cobra seu preço.
Em um enredo, Luna aventura-se buscando realizar carreira artística, priorizando as belas-artes, na condição de mulher autônoma, livre; no outro, a marca situa-se em sucessivas acomodações, começando com um casamento convencional e família, com duas filhas gêmeas. Em ambos os enredos, a vida com seus encantos e suas decepções, a alegria e o sofrimento, a confiança e o medo, a insegurança, encontros e desencontros e a morte do amado, pela Covid-19. Os enredos vão se desdobrando; contudo, parece difícil saber o que realmente é fruto de escolhas pensadas e o que é resultado do acaso.
Autor: Iranaia Barretto
Fascinada pelo drama humano, Iranaia Barretto escreve livros como se escutasse os personagens e revelasse aos leitores seus segredos.