O livro Versos Poéticos para Ilhéus, de Anna Maria Bencini, é pleno de imagens que nos revelam a paixão da autora pela antiga região cacaueira da Bahia, mais especificamente pela cidade de São Jorge dos Ilhéus, a quem apelida carinhosamente de “Minha Velha Senhora”. As suas experiências vividas são traduzidas nos seus poemas, onde a natureza local se torna uma personagem central: a vegetação, os rios, o oceano, os animais tomam forma e habitam a sua literatura, poderosas traduções que nos conduzem como guia no seu roteiro permeado de cravo e canela.
O encantamento físico e espiritual é transformado em material poético, no qual a autora se expressa de forma intimista. Nos seus poemas ela nos aponta referências em relação a escritores locais (Jorge Amado e Sosígenes Costa), mostrando assim um interesse pela produção literária sul baiana na prosa e na poesia. Anna Maria Bencini traz, em seus versos, uma interpretação pessoal sobre uma realidade social contemporânea alimentada pelo passado e pela tradição, tão importante na construção de memória e da identidade regional.
O tempo é também material poético, perpassado ao longo do livro. O tempo que passa, a urgência da vida cotidiana, o seu significado no mundo atual. Vida, então, gerada pela maternidade. Tema tratado como essencial à autora: os vínculos estabelecidos pelo ato de gerar, seus desdobramentos necessários e vitais. A maternidade e o amor, sentimentos fundamentais na obra de Anna Maria, dialogam visceralmente com o olhar poético, fruto de conteúdos pessoais expressos liricamente.
Eis, senhoras e senhores, Anna Maria Bencini: poeta, mãe, mulher apaixonada pela vida e pelas Terras do Sem-Fim. Boa leitura!
Autor: Anna Maria Bencini
Anna Maria Bencini vive em Florença, Itália, e muitas vezes escreve poesia. Em 2017, publicou a coleção especial de poemas “Disarmonie e Sintonie”, Florença, 2017, com reimpressão em 2018. Em 2019, publicou uma nova coleção de poemas “Sintonie no tempo e no espaço”, Florença, 2019. Em 2020, publicou a coleção de poemas “Disarmonie e Sintonie – II – poesie ritrovate”, Florença, 2020. Ele ainda escreve.